Por Filipe Ferreira
Me lembro de quando orbitava ao meu redor,
Fios vermelhos e um ardor sem igual
E quanto mais o tempo passava, sentia-me menos só
Só que tudo mudou, só. Tudo se foi, era.
Era muito, era forte, era vida, não tinha como ser só.
E como um corpo sem impulso no espaço,
Fui embora sem deixar meu rastro.
Apesar de tudo ainda éramos conectados
Até que… Ah! “cabou”. Tudo pelos A R E S.
De relance olho para trás, não mais pares.
Ímpar em órbitas distantes,
A atmosfera um turbilhão,
Tornei-me Plutão.
Agora nem um planeta.
Hoje sou um ponto,
E ainda assim não caibo em seu coração.
“De Poente ao Ponto” faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)