Por Graziellen Aragão
“Sul da Fronteira, Oeste do Sol” é uma obra do renomado autor japonês Haruki Murakami, conhecido por suas narrativas envolventes e misteriosas. Este romance mergulha profundamente na psique humana, explorando temas como amor, perda, memória e identidade.
A narrativa começa contando a infância de Hajime, uma criança simples que cresceu em uma pequena cidade, mas acabou criando uma amizade muito sincera e profunda com Shimamoto. Os dois eram filhos únicos e acabaram criando uma profunda conexão, passando o tempo depois das aulas juntos ouvindo os discos na casa dela.
A família de Hajime precisa mudar de cidade e, com isso, eles se separam durante a adolescência. Ele sempre pensava e lembrava dela, mas não tinha coragem de ir atrás de Shimamoto, com vergonha do que a mãe iria pensar e com medo dos sentimentos aflorados de um pré-adolescente. Com isso, ele passa a frequentar a nova escola e conhece sua primeira namorada. Com ela, Hajime começa a compará-la com Shimamoto, mas sabendo que não encontraria mais com ela, ele começa a gostar da colega de classe. A partir disso, ele começa a se sentir e desenvolver como um verdadeiro adolescente, com desejos e vontades de um jovem por uma garota. A namorada rompe com Hajime, pois teve medo de continuar o relacionamento. Com isso, ele volta às memórias de Shimamoto e começa a seguir a vida, fazendo sua faculdade e conhecendo outras mulheres, mas nenhuma delas o encantava como ela.
Hajime passa por vários relacionamentos falhos, mágoa e trai muitas mulheres enquanto tenta encontrar aquela que lhe faça se sentir preenchido. Até que conhece sua esposa, uma mulher que vem de berço de ouro e que acaba lhe proporcionando a oportunidade de abrir o próprio negócio com a ajuda do pai dela.
Ele abre o clube de jazz e se dedica inteiramente à sua família e aos seus negócios. Até que um dia Shimamoto aparece em seu bar devido à sua aparição em uma revista, ele a reencontra e sentimentos que antes pareciam estar guardados no passado reacendem e o levam à confusão. Ele começa a questionar sua vida, a fantasiar, imaginar como a sua vida seria diferente. Com isso, ele decide abandonar sua família e seguir sua paixão com Shimamoto, uma mulher misteriosa, que não contava o que fazia da vida ou como tinha sido até ela o reencontrar. Após essa decisão, ela o abandona e o deixa devastado, quebrando a fantasia que ele teve com ela.
Devastado, ele se vê obrigado a lidar com as consequências da sua decisão. Um ato falho que o fez refletir sobre suas atitudes egoístas. Conversando com a esposa, ele se arrepende dos seus erros e está decidido a ser um novo homem. Sem fantasias e sem Shimamoto em sua mente, ele consegue se desprender e lidar com suas responsabilidades.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)