Por Rebeca André
No primeiro capítulo, o autor entra no questionamento do que é senso comum e ciência, abordando esses dois conceitos com exemplos práticos do cotidiano, instigando o leitor com desafios que não são resolvidos de imediato.
Para Rubem Alves, o “cientista” e a “ciência” são termos míticos usados para demonstrar superioridade, impedir o pensamento e estimular o comportamento das pessoas que se enquadram no grupo denominado “senso comum”. A denominação desse grupo só foi possível porque um ser que se achava superior, por se especializar em algo, outorgou que sua especialização o deixava fora desse grupo. Porém, o autor enfatiza que a especialização pode limitar e enfraquecer a visão do todo, principalmente se usada de forma equivocada.
O escritor em todo tempo propõe ao leitor a questionar, decifrar e solucionar de forma lógica os problemas propostos, fazendo o leitor correr atrás de uma resposta desafiadora e racional.
No segundo capítulo, Rubem Alves irá decifrar os enigmas propostos no primeiro capítulo, levando em consideração a presença de um problema a ser resolvido. Logo, se existe um obstáculo, é porque algo saiu da sua ordem natural, ou seja, não está funcionando conforme deveria, o que nos leva ao questionamento da resolução de um possível problema aparente. Se algo saiu do seu curso natural, é notório a existência de uma pré-disposição de como é o curso natural dessa coisa, levando a entender que fora desse plano existe um problema. Saber o curso natural das coisas nos faz contestar quando esse curso é interrompido. Rubem conclui que a desordem nos faz questionar a ordem e que a imaginação é a ferramenta chave para tirar o problema de uma mera observação para uma concretização. Por fim, o autor oferece ao leitor a solução de todos os enigmas. Direcionando seu público a sempre buscar as respostas no fim, pelo simples fato de que quando projetamos onde queremos chegar, tendemos a buscar esse caminho que nos levará até o fim.
Referência bibliográfica: ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 12ª ed. São Paulo: Loyola, 2000. (cap. I, II).
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)