Por Bruna Carvalho
A Última Carta de Amor, um filme de romance e drama lançado pela Netflix em 2021, conta a história de uma jovem escritora, Ellie Haworth (Felicity Jones), que havia recém-terminado um relacionamento de 8 anos e não buscava mais em seus parceiros uma nova história intensa e ardente. Com a ajuda de Rory (Nabhaan Rizwan), o arquivista responsável pelos materiais da editora, Ellie encontra cartas de amor perdidas de 1965 identificadas por “Sra. Stirling” e “ Seu Boot”, que revelavam um romance proibido. Ao ler e se envolver cada vez mais com as palavras dotadas de tanto sentimento, a jornalista se empenha em encontrar outras cartas para completar a história entre os dois amantes e, posteriormente, encontrar os rostos por trás daquelas histórias. A obra se desenrola entre o passado e o presente, e como cada relação se formou, cresceu e onde chegou.
O filme é extremamente envolvente, com caracterizações impecáveis, sendo fácil de compreender em qual momento e ano está, além de atuações que demonstram exatamente o que pretende ser passado emocionalmente, e nos faz refletir sobre os encontros e desencontros da vida e como nossas trajetórias são marcadas por tudo aquilo que acontece, mas também pelo que não acontece.
Como seria nossa vida se tivéssemos tomado uma decisão diferente daquela que tomamos em uma determinada situação? Seríamos mais felizes ou tristes? Iríamos nos arrepender? O amor continua sendo amor mesmo com os percalços do destino? Essas são questões que particularmente ecoaram na minha cabeça quando o filme chegou ao fim. A vida desses quatro personagens demonstra como não temos controle de tudo que está acontecendo, do que aconteceu e do que irá acontecer.
Além disso, a diferença entre os contextos das obras também nos leva a refletir sobre a diferença de como as relações aconteciam no passado e como acontecem no presente. As cartas, as mensagens de texto, a tecnologia, a calma, a paciência, a rapidez. No entanto, independentemente das diferenças que rodeiam cada momento histórico, um detalhe ainda se mantém intacto: a capacidade de duas pessoas de se apaixonarem quando estão destinadas a ficarem juntas.
De forma geral, A Última Carta de Amor se tornou definitivamente um dos meus romances favoritos por tratar a vida, o amor e o destino de forma tão delicada e ao mesmo tempo tão intensa. Uma recomendação para os dias leves, que se busca aquecer o coração com um olhar esperançoso sobre o amor.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)