Por Ian da Silva
Resenha Crítica: “A Marca da Vitória: A Autobiografia do Criador da Nike”
“A Marca da Vitória” é a autobiografia de Phil Knight, o fundador da Nike, que compartilha sua inspiradora jornada de um jovem empreendedor a líder de uma das maiores marcas de esportes do mundo. Em uma narrativa honesta e envolvente, Knight revela os altos e baixos que enfrentou ao longo do caminho, desde os primeiros passos vendendo tênis no porta-malas de seu carro até transformar a Nike em um império global.
Knight conduz o leitor por seus primeiros anos, incluindo a decisão ousada de importar tênis japoneses e o grande risco financeiro que isso implicava. Sua trajetória não foi linear: repleta de obstáculos financeiros, pressões e incertezas, é uma história que vai além do sucesso empresarial. A cada capítulo, Knight expõe desafios reais, como a dificuldade em garantir financiamento, as relações complexas com parceiros e funcionários e as batalhas legais que a Nike enfrentou contra grandes concorrentes.
O ponto forte do livro está na sinceridade com que Knight compartilha suas dúvidas e vulnerabilidades. Ele não se posiciona como um herói, mas como um ser humano falível que teve de aprender a ser líder e tomar decisões difíceis, muitas vezes sem a certeza de estar no caminho certo. Além disso, ele enfatiza a importância de sua equipe, os “Desajustados” (nome que deu aos primeiros funcionários da Nike), cuja dedicação e ideias inovadoras foram essenciais para o crescimento da empresa. Essa visão desmistificada do sucesso é inspiradora e realista, mostrando o valor da perseverança e da paixão.
O estilo de escrita é acessível e envolvente, o que facilita a leitura e aproxima o leitor dos momentos mais emocionantes e tensos da trajetória de Knight. Ao longo do livro, ele também explora os dilemas éticos e o impacto de algumas de suas decisões, desde a fabricação no exterior até as pressões ambientais, o que adiciona profundidade à narrativa e permite que o leitor reflita sobre o verdadeiro custo do sucesso.
Embora o livro seja inspirador, Knight aborda pouco algumas críticas comuns feitas à Nike, como as controvérsias sobre condições de trabalho em fábricas estrangeiras, o que pode ser uma omissão importante para leitores mais críticos. Ainda assim, “A Marca da Vitória” apresenta uma história de superação e ambição que captura os desafios e conquistas da criação de uma marca global.
Em resumo, “A Marca da Vitória” é uma leitura essencial para empreendedores e para todos que desejam entender como um sonho ousado pode se tornar uma realidade. Phil Knight compartilha não apenas suas conquistas, mas também as dificuldades e sacrifícios pessoais que marcaram sua trajetória. Mais do que uma autobiografia, o livro é uma lição sobre a coragem de seguir uma visão, mesmo quando o caminho é incerto.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)