Por Joyce Caroline
Ele que o abismo viu: A Epopeia de Gilgamesh¹
Considerada uma das primeiras obras literárias mundiais. A epopeia (um poema extenso que narra os feitos de um herói) de Gilgamesh é um poema épico escrito na Mesopotâmia.
Encontrada em 1853 escrita em placas de argila nas ruínas da Mesopotâmia, acredita-se que a epopeia foi escrita em 2000 a.c. pelos sumérios e teria sido traduzida em diversas línguas da região. Cerca de 20 anos depois de sua descoberta, um estudioso inglês chamado George Smith realizou sua primeira tradução para a língua inglesa.
Os poemas narram em doze placas de escrita cuneiforme, cada uma contendo em torno de 300 versos, a história do rei de Uruk, Gilgamesh, que era parte deus e parte humano e seu amigo Enkidu, selvagem criados pelos deuses para distrair e evitar que o rei oprimisse seu povo. Os dois companheiros seguem juntos em busca da imortalidade.
Uma das características que mais chamam a atenção dos leitores e estudiosos são as semelhanças com a Bíblia, especialmente em relação a descrição do dilúvio que apesar de algumas pequenas diferenças possui o mesmo desenvolvimento e lições descritas que nas histórias bíblicas de Noé. Essa é uma das semelhanças utilizadas por alguns estudiosos para defender a possibilidade das mitologias cristãs serem uma transformação de mitologias mais antigas da mesma região.
Apesar estar “esquecido”, entre tantas epopeias e mitologias, a jornada de Gilgamesh é uma lembrança constante da importância de conhecer a história da humanidade através de outros povos e outras narrativas, que muitas vezes apesar de esquecida, possui influências diretas e indiretas na nossa atual construção de humanidade.
¹Título da tradução do professor Jacyntho Lins Brandão