Por Maria Clara Pimentel
Eu não poderia deixar Clarice Lispector de fora da lista de autores nacionais. Mas você sabia que Clarice não é brasileira? E que Clarice não é o seu nome de batismo? Sim, Clarice se chamava Chaya, e ela nasceu na Ucrânia, mas era de família russa. Veio para o Brasil com apenas 2 anos, portanto ela é sim brasileira, e ai de quem disser que não… rs.
“Água viva” tem por si só uma frase emblemática e que é a cara da Clarice: “Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca”. Uau, uau, uau! Essa frase diz tanto e tão pouco ao mesmo tempo. O livro foi escrito em 1973, mas as obras de Clarice são atemporais. Uma narrativa em prosa que marca a Terceira Geração Modernista com uma trama cheia de conflitos existenciais, temas e conflitos intrínsecos à mente humana como só Clarice poderia fazer.
Os personagens mergulham na dicotomia personagem-autor, com palavras discursivas que tocam diretamente a alma e a psique, dialogando com um interlocutor invisível que poderia ser qualquer um de nós. Um romance intenso que brinca com as nossas emoções e reflexões da nossa própria vida.
Profundo, mais do que profundo. Recomendado! 5 estrelas, não poderia ser menos do que isso!
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)