Por Daiene Oliveira

A história de Anne é contada em um compilado de oito livros, cada um acompanhando uma fase e aventura de sua vida. Anne (com E, por favor) é uma adolescente ruiva, repleta de sardas, com um coração aventureiro e um espírito livre, e o que podemos dizer de sua boca que não se fecha por muito tempo, deixando muitos ao seu redor quase loucos? Sua história me ensina tanto e, ao mergulhar dentro dela, eu me questiono se essa menina, em seu começo da vida, já não viveu bem mais que eu e você. 

Anne perde seus pais ao nascer e, apesar de ser adotada, é devolvida pela família a um orfanato, onde ela fica por algum tempo. Depois de um período, ela é adotada por engano por uma pequena família de dois irmãos que vivem na fazenda de Green Gables, Matthew e Marilla Cuthbert, duas pessoas já de idade avançada que querem adotar um menino forte e trabalhador que possa ajudá-los nas tarefas da fazenda, contudo, por ironia do destino ou um leve engano na rodoviária, eles recebem Anne. Entre muitas tentativas de devolvê-la ao orfanato, Matthew se encanta pelo jeito doce da menina e convence Marilla a ficar com ela, e assim começa a nova fase da vida dessa pequena família agora de três. 

Eu já disse que essa jovem menina carrega todo um universo de imaginação em sua mente? Acho que não! Vivendo em meados do século XIX, Anne se vê cercada de muitos paradigmas, como: o papel da mulher na sociedade, sua vestimenta, fala, trabalho e o papel que a compete até mesmo dentro de sua casa, mas como uma jovem tão à frente do seu tempo, ela começa a questionar tudo e todos, levando à revolta de muitos em sua comunidade, mas também à reflexão de outros, principalmente sua nova família. 

Anne (com E, não erre, por favor) vai te levar a muitas emoções, alegrias e aventuras, ahhh… e lógico, muitos questionamentos, muito válidos por sinal, afinal o que seria de nossa sociedade se só pensássemos dentro da caixa.

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)