Por Joyce Caroline
Constantantemente relido e adaptado, Bushido é um dos livros mais populares sobre o modo de vida Samurai. Atualmente as lições contidas no livro, não são usadas apenas como filosofia de vida de praticantes de artes marciais, mas também influenciou a cultura japonesa com seus aspectos positivos e negativos.
Influenciado pelas filosofias religiosas (Xintoismo, budismo e confucionismo) presentes durante seu período de vida, Daidoji Yuzan adaptou em seu livro o código de honra samurai para viver e morrer para os guerreiros samurais que viviam no período Edo, período de paz no Japão onde a classe de guerreiros que representava em torno de 10% da população se dedicavam ao trabalho administrativo.
O livro se tornou popular no ocidente, principalmente depois que Nitobe Inazō, diplomata japonês, numa tentativa de diminuir o racismo e discrimição com os Japoneses, utilizou o livro para explicar a cultura e moralidade japonesa aos ocidentais, criando uma imagem romantizada da cultura.
Atualmente, historiadores discordam dessa visão romantizada que o Nitobe criou da cultura japonesa e dos samurais. Estudiosos como Yamagishi Toshio, defendem que a influência do código de honra de honra samurai foi positiva durante o período Edo quando o país vivia isolado mas não se encaixa no momento político/social atual tornando a influência negativa e resultando em mais problemas sociais.
Apesar da romantização, Bushido continua um excelente livro para entender a mentalidade da classe guerreira e o período Edo, porém para utilizá-lo como filosofia de vida é necessário que o leitor ocidental deve procurar adaptar e balancear a relação entre grupo e indivíduo a sua própria cultura e realidade. Também é necessário procurar outros autores japoneses contemporâneos para uma compreensão mais realista dos escritos e das filosofias tradicionais.