Por Claudete Ferreira
O documentário aborda o uso do cigarro eletrônico e como a indústria do tabaco, por meio de um forte marketing, está conquistando adolescentes. Isso acontece, sobretudo, devido ao cigarro eletrônico não ser igual aos demais cigarros: não exalam odor desagradável por possuir diversas essências, o que atrai diversos jovens.
Em 2013, foi realizada uma pesquisa pelo Programa de Pesquisa Nacional da Saúde, onde foi observado que 14,7% dos brasileiros fumavam cigarros. Isso representa milhares de brasileiros que não conseguem sair deste vício. A partir disso, observa-se que a indústria do cigarro criou um dispositivo ainda mais chamativo, buscando abordar um conteúdo que fizesse menos mal à saúde desses usuários. Diante disso, o vape conquistou diversos indivíduos, sobretudo os jovens norte-americanos que adotaram o vape como moda, que foi capaz de atingir 78% dos jovens.
Dessa forma, o que se pode analisar é que as campanhas de conscientização para o consumo de cigarro comum funcionaram. No entanto, o marketing que associa os novos cigarros com as pessoas descoladas fez com que a sua popularidade aumentasse, causando uma geração viciada em cigarros com nicotina e aromatizantes, o que também é prejudicial à saúde.
O que observo no meu cotidiano é que muitos conhecidos usam o vape como um objeto de prazer, muitas vezes para desestressar e, como dito anteriormente, para se popularizar entre os demais, o que está induzindo muitas outras pessoas a usarem também. O que pouco se sabe é que recentemente o vape foi considerado um dos precursores da cárie, causando desgastes dentários e envelhecimento bucal precoce, favorecendo o desenvolvimento de câncer.
Com a inserção de aromatizantes na indústria do tabaco, estas empresas passaram a lucrar cada vez mais, uma vez que os jovens criaram interesse neste produto. Logo, a inserção de nicotina tem-se mostrado presente em maior quantidade entre os usuários, que têm em mente que tal produto é mais “saudável”.
No documentário, algo que foi marcante para mim foi que o marketing foi tão impactante que, em 6 meses, este produto minimalista, com embalagem colorida e tóxico, tinha virado febre nos colégios dos Estados Unidos. Essa toxidade está presente devido ao metal presente em sua cápsula que está em contato com o líquido que se transforma em aerossol. O que pode ser prejudicial futuramente para a saúde se estudos forem comprovados que a toxicidade causará problemas cardíacos e neurológicos.
Dessarte, diante do exposto, é possível analisar que os vapes causaram a normalização do fumo entre jovens de todo o mundo, mostrando a verdade por trás da indústria do tabaco de que, apesar das propagandas negacionistas, este produto faz tão mal quanto os cigarros já existentes em nossa sociedade.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)