Por Daphne Szyfmam
A Síndrome da Pessoa Rígida é uma doença muito rara, sendo um distúrbio neurológico caracterizado pela rigidez muscular e espasmos que pioram com o tempo, e é por conta dessa doença que a famosa cantora Celine Dion está afastada dos palcos. Em seu documentário, “Eu Sou Celine Dion”, a grande artista conta como é conviver com tal doença em seu dia a dia e como ela afeta seu trabalho como cantora.
Celine Dion, caçula entre 14 filhos de Thérèse, sua mãe, é uma grande cantora e compositora, nascida em Charlemagne, uma província de Quebec, no Canadá. Ela deu início à carreira de cantora em 1990, ao lançar seu primeiro álbum, “Unison”, porém, o auge de sua carreira foi a partir de 1996, com o lançamento do álbum “Falling Into You” e em 1997 com o lançamento da música “My Heart Will Go On” para o filme Titanic, que estreou no mesmo ano.
Em dezembro de 2022, Dion revelou seu diagnóstico para o mundo e como ele afeta sua capacidade de cantar e de se apresentar. No documentário, lançado em 2024 pela Amazon Prime, a cantora conta os bastidores de sua vida vivendo com a Síndrome da Pessoa Rígida, desde quais remédios ela toma, e seu dia a dia com seus filhos, até quando ela está gravando uma música, e a atual dificuldade de atingir notas altas como fazia com bastante facilidade antigamente.
Pode-se dizer que uma das partes mais emocionantes do documentário é a cena onde a cantora está em uma sessão de fisioterapia e tem uma crise de sua síndrome, que começa com espasmos em seus pés, se desenvolvendo para o corpo inteiro, deixando-a sem conseguir se mexer por em torno de 10 minutos e tendo que ser carregada para ficar numa posição confortável até sua crise passar. Celine só consegue sair da crise após seu médico aplicar seu remédio de maneira nasal, sendo uma cena muito forte.
A síndrome da pessoa rígida é uma doença rara que acontece uma a cada um milhão de pessoas no mundo, tendo como maior foco mulheres entre 20 e 50 anos. Tal doença é um distúrbio neurológico caracterizado pela rigidez muscular e espasmos dolorosos. A condição é autoimune e envolve a produção de anticorpos que atacam o sistema nervoso central, particularmente a medula espinhal e o cérebro.
Através de “I’am Celine Dion”, os telespectadores têm a oportunidade de testemunhar a resiliência e determinação da cantora diante de uma condição devastadora. O documentário oferece uma visão íntima e inspiradora de sua vida, revelando não apenas os desafios impostos pela Síndrome da Pessoa Rígida, mas também a força com que Celine enfrenta cada dia. Este relato poderoso e comovente serve como um lembrete da fragilidade humana e da capacidade extraordinária de superação. Celine Dion, com sua coragem e vulnerabilidade, continua a inspirar milhões, tanto pela sua música quanto pela sua luta incansável contra uma doença rara e debilitante.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)