“Dom Casmurro”, Machado de Assis

Por Lívia Moura

Editora Principis: Maio, 2019

Dividido em cento e quarenta e oito capítulos curtos, Dom Casmurro é uma das grandes obras de seu autor, Machado de Assis. Esse romance é narrado por Bento Santiago, ou, como é narrado já no início do livro, Dom Casmurro, cujo nome por conveniência se tornou o título da obra. Ele recebeu esse apelido por causa de seu jeito teimoso e turrão, e ao ler a obra é perceptível, pois se trata de um homem já velho ensimesmado, relembrando de sua vida com certa amargura, que além de contar suas memórias, também conta a história de sua paixão por Capitu, uma jovem humilde da época.

Bentinho pertencia à alta sociedade do Rio de Janeiro do século XIX, sua mãe, Dona Glória, era uma viúva rica, senhora de escravos. Tendo já tido a experiência de perder um filho, prometeu que daria a Deus um sacerdote se lhe nascesse um menino. Nasceu então Bento Santiago, que desde o nascimento já tinha seu destino traçado: tornar-se padre. Ele, um bom moço da alta sociedade. Capitu, ainda que de uma classe social mais abaixo, era considerada mais inteligente e astuta ao levar a vida.

A família de Casmurro contava com a presença de um agregado, um falso médico. Esse era José Dias, que se dizia homeopata e havia alcançado algumas curas para algumas pessoas da família. Ele era adorado pela família e é ele quem lembra Dona Glória da promessa que ela havia feito a Deus.

Segundo ele, Bentinho, o Dom Casmurro, estava com muitos gracejos com uma menina pobre chamada Capitu, e por isso deveria ser enviado ao seminário quanto antes. Ouvindo isso, Bentinho se deu conta de que realmente estava apaixonado pela menina. E mais: percebeu também que ela estava apaixonada por ele. Inclusive, a jovem pensa em uma forma dele não ir para o seminário para viverem juntos, porém, não houve jeito.

Já no seminário, Bentinho conheceu aquele que seria seu melhor amigo, Ezequiel Escobar. Amigo inclusive que o aconselhou a não se tornar padre, afinal não tinha vocação para isso e de fato o interesse de Dom Casmurro era cursar direito. Escobar o explicou como poderia sair do seminário sem fazer com que sua mãe descumprisse sua promessa, e assim aconteceu. Bentinho ficou livre do seminário e fez direito, o que sempre desejou cursar. Também se casou com Capitu e com ela teve um filho a quem deram o nome de Ezequiel em homenagem ao melhor amigo do casal.

Porém, a grande trama do livro se dá em torno de uma questão de traição. Bentinho suspeita que Capitu o traiu com Escobar e que seu filho, na verdade, não é seu, mas de seu melhor amigo. Para Bentinho não havia dúvida, ele acreditava que Capitu o tinha traído. Se traiu ou se não traiu, fica a cargo do leitor decidir.

Dom Casmurro é uma obra que atravessa gerações e um grande clássico da literatura brasileira, indicado para todas as idades, do mais novo ao mais experiente. 

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)

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