Por Rafaela Donato
“A Proposta” é uma comédia romântica lançada em 2009, dirigida por Anne Fletcher e estrelada por Sandra Bullock e Ryan Reynolds nos papéis principais. Com uma premissa cativante e um elenco carismático, o filme oferece uma mistura equilibrada de humor e romance, tornando-se uma opção popular para os amantes do gênero.
A trama gira em torno de Margaret Tate (Sandra Bullock), uma poderosa editora canadense prestes a ser deportada dos Estados Unidos devido a problemas com seu visto de trabalho. Em uma tentativa desesperada de permanecer no país, Margaret propõe a seu assistente, Andrew Paxton (Ryan Reynolds), que ambos se casem por conveniência. O enredo, que inicialmente parece simples e previsível, se desenrola de maneira envolvente à medida que os personagens principais enfrentam desafios inesperados durante a farsa matrimonial.
A dinâmica entre Sandra Bullock e Ryan Reynolds é a essência do sucesso do filme. A química entre os dois atores é notável, proporcionando momentos de humor genuíno e interações envolventes. Bullock demonstra sua versatilidade como atriz, retratando Margaret como uma mulher forte e independente, mas ao mesmo tempo vulnerável. Reynolds, por sua vez, oferece uma performance carismática, equilibrando perfeitamente o sarcasmo e a compaixão.
A trama se beneficia da habilidade do roteiro em incorporar elementos clichês do gênero romântico, mas, ao mesmo tempo, subvertê-los com um toque de originalidade. O filme não se contenta em seguir apenas o caminho convencional, introduzindo reviravoltas inteligentes e diálogos afiados que mantêm o público envolvido e entretido.
Além do humor e romance, “A Proposta” aborda temas mais profundos, como relacionamentos, expectativas sociais e autoconhecimento. A jornada dos personagens principais não se resume apenas à busca por um casamento de conveniência, mas também à descoberta de suas próprias necessidades e desejos. Essa camada adicional de complexidade contribui para a riqueza da narrativa.
A direção de Anne Fletcher merece reconhecimento pela habilidade em equilibrar os momentos leves e descontraídos com cenas mais emocionais, garantindo que o filme tenha uma abordagem multifacetada. Além disso, a escolha de locações, especialmente as cenas no Alasca, acrescenta um charme visual à película.
Mas, alguns críticos podem apontar a previsibilidade inerente ao gênero como uma falha do filme. A estrutura narrativa e alguns elementos da trama podem ser considerados familiares para aqueles que estão acostumados com comédias românticas. No entanto, a execução eficaz e a química entre os protagonistas conseguem compensar essa possível falta de originalidade.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)