Por Cristhyne Santos
A Viagem de Chihiro, conhecida mundialmente como Spirited Away, é uma animação japonesa dirigida por Hayao Miyazaki e produzida pelo Studio Ghibli, lançada em 2001. O filme é amplamente reconhecido como uma das maiores obras de animação da história. A trama acompanha a jovem Chihiro, uma menina de 10 anos que, durante a mudança de cidade com seus pais, cai em uma armadilha e se vê presa em um mundo mágico repleto de criaturas sobrenaturais, como feiticeiras e dragões do folclore japonês.
Logo após a entrada no mundo mágico, os pais de Chihiro são transformados em porcos, vítimas de um feitiço após comerem um banquete em um restaurante local. Desesperada para salvar seus pais e escapar desse mundo mágico, Chihiro é obrigada a trabalhar na casa de banhos de Yubaba, uma bruxa poderosa e cruel que governa o lugar. Durante sua jornada, Chihiro perde seu nome e parte de sua identidade, mas, mesmo assim, embarca em uma jornada de amadurecimento e autoconhecimento.
Apesar de ser uma fantasia considerada voltada para o público infantil, A Viagem de Chihiro é carregada de simbolismo e aborda temas profundos que ressoam em questões universais. A perda da identidade que Chihiro enfrenta no mundo espiritual reflete preocupações com individualidade e autoexpressão, que são relevantes não apenas no contexto mágico, mas também em nossa sociedade contemporânea, em que muitos se sentem pressionados pelas demandas e expectativas externas. O filme também destaca o impacto negativo do consumismo e da ganância, sugerindo que esses comportamentos podem levar à destruição da natureza e à erosão de valores tradicionais, resultando em uma desumanização das relações e uma corrupção da identidade e dignidade.
A Viagem de Chihiro é uma obra de arte que combina emoção profunda com uma estética visual impressionante. É uma narrativa sobre crescimento pessoal, busca de identidade e resistência às forças que tentam moldar e definir quem somos. Embora ambientada em um mundo de fantasia, a história aborda questões que são extremamente relevantes no mundo atual.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)