Filme: “Close”

Por Natalia Imlau

O longa-metragem retrata dois meninos com uma amizade de longa data que moram afastados da cidade, no entanto, chega o dia em que ambos devem iniciar o ensino básico, com o ciclo social expandido, a amizade é posta à prova.

A construção da ligação entre os dois, para nós espectadores, é dada de forma crua, o que pode gerar várias interrogações. Ambos os personagens são afetuosos um com o outro e suas rotinas são fortemente interligadas, como se fizessem parte da mesma família, a ponto de dormirem juntos e passarem o dia juntos.

Ao serem introduzidos ao ambiente escolar, eles começam a sofrer bullying devido à proximidade deles, o que acaba gerando um afastamento por parte do personagem principal, causando revolta de seu amigo. Quanto mais o protagonista tenta se provar para os demais colegas, mais angústia é fomentada no telespectador ao ver a infelicidade tomando conta dos dois garotos.

O filme desempenha um ótimo trabalho ao esclarecer que os rótulos nas relações entre indivíduos não importam, mas sim a singularidade de cada ligação pessoal. O diretor não se importa em nomear a relação deles. Bater um martelo se havia interesse romântico ou não, se torna completamente irrelevante para a narrativa e essa particularidade é o que torna o roteiro reflexivo e relevante para os dias de hoje.

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ) 

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