Filme: “O Menino Que Descobriu o Vento”

Por Laura Reckziegel

Realizar muito com pouco

Disponível na Netflix, o filme O Menino Que Descobriu o Vento (2019) narra uma história dramática, porém verídica, do jovem William, interpretado por Maxwell Simba, o qual é um engenheiro que contrai um moinho na vila de Wimbe, situada no oriente da África, ajudando toda a região, que sofre pela seca e fome. Por não possuir dinheiro para os estudos, William passa a frequentar escondido a biblioteca da sua escola, onde desenvolve suas habilidades eólicas ao imergir nos livros de ciência. Além disso, aprendeu técnicas de como amenizar os efeitos da seca e da fome em sua vila apenas com uma bicicleta e uma pá de ventilador. 

Na primeira tentativa, o personagem cria um moinho capaz de gerar energia para algumas lâmpadas da vila. Já na segunda, o jovem conseguiu fornecer a luz para toda a comunidade, em virtude da força dos ventos e do diâmetro do moinho. Tal situação demonstra o impacto da educação na mudança da realidade das pessoas ali inseridas. A persistência do jovem e o seu amor pelos estudos permitiram que todos os que estavam ao seu redor fossem beneficiados, reduzindo assim a disputa dos (poucos) recursos disponibilizados pelo governo africano.

Por ser um filme baseado em fatos reais, o impacto tende a ser maior em nós, tendo em vista a proximidade que a veracidade promove entre a obra e o público. A história, repleta de resiliência e superação, nos impulsiona a analisarmos uma realidade afora, em um mundo onde se encontram pessoas em situações de vulnerabilidade como a mostrada na produção. Dessa forma, é possível realizar muito com pouco. Muitas vezes reclamamos de coisas que não dão certo em nossas vidas ou desistimos fácil de objetivos difíceis de serem alcançados. William mostra que podemos ser diferentes, pois ele foi um jovem que demonstrou esperança e que nada estava perdido. Assim, além da perseverança, devemos ter atitude. Devemos juntos construir uma sociedade melhor, assim como William o fez. E antes de pensarmos que o fardo é pesado demais, devemos nos lembrar que ele o fez sozinho. 

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)

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