Filme “O Príncipe do Egito” (1998)

Por Eduarda Vasconcelos

Sinopse: Moisés é um hebreu, cujo povo é escravizado pelo Faraó no Egito Antigo. Quando bebê, é adotado pela família real e criado como príncipe. Quando ele descobre suas origens, decide abandonar a vida no palácio e fugir para terras distantes. Ouvindo um chamado divino, retorna ao Egito para libertar seu povo da escravidão. 

O Príncipe do Egito é um filme de animação da Dreamworks, lançado em 1998, que conta a história de Moisés e o Êxodo, que é extremamente importante para três das maiores religiões do mundo: o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo. Porém, apesar do tema religioso, não é necessário possuir uma crença para curtir o longa de animação. 

O filme é extremamente bem escrito, conseguindo abordar temas difíceis, como morte, escravidão, fé e relações familiares, de forma que toda a família consiga assistir, entender e refletir. Um equilíbrio quase impossível da animação, com cenas felizes, tristes e até mesmo espirituais, foi atingido. 

A relação entre Moisés e o Faraó Ramsés é desenvolvida com maestria. Dois irmãos que se amam, mas são forçados a serem inimigos pelo destino. O protagonista não queria se colocar contra seu irmão, mas sabe que, se não ouvir o chamado de Deus, seu povo continuará sofrendo. 

O filme possui atores de grande peso, como Val Kilmer (Moisés), Ralph Fiennes (Ramsés), Michelle Pfeiffer (Zípora), Sandra Bullock (Miriam), Jeff Goldblum (Arão), entre outros. Todos estão ótimos nos papéis, com destaque para Val e Ralph, que conseguem mostrar todas as emoções em suas vozes de forma emocionante.

A animação, que levou 4 anos para ser feita, não fica atrás, sendo uma mistura incrível de 2D e 3D, o que nos anos 90 era ainda algo novo. Parte da equipe, incluindo diretores, produtores e animadores, viajou ao Egito para estudar as obras arquitetônicas e as paisagens. O resultado é único e até mesmo realista, com fundos pintados à mão somados a elementos gerados por computador e personagens animados tradicionalmente. Apenas a cena da abertura do Mar Vermelho levou 2 anos para ser feita por um grupo de animadores. A atenção aos detalhes nesse longa faz a experiência ser ainda melhor. 

Além disso, não podemos nos esquecer da trilha sonora. O filme é um musical, e as canções são maravilhosas e épicas, com letras emocionantes feitas por Stephen Schwartz. O mesmo pode ser dito da trilha propriamente dita, composta pelo gênio veterano do cinema Hans Zimmer. As músicas acompanham muito bem a grandiosidade da história e da animação. 

Conclusão: se você ainda não assistiu a essa grande obra cinematográfica, não espere mais. O filme é maravilhoso para assistir sozinho ou com a família, e é impossível não se emocionar com essa adaptação de uma história que moveu e ainda move gerações. Imperdível.

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)