Indicação de leitura: Guy de Maupassant

Guy de Maupassant (1850-1893)

Um dos maiores contistas de todos os tempos, Guy de Maupassant teve uma infância e uma juventude aparentemente felizes no campo francês, em companhia da mãe, uma mulher culta, depressiva, que fora abandonada por um marido infiel. Na década de 1870, ele dirigiu-se a Paris, onde se notabilizou como contista e travou relações com os grandes escritores realistas e naturalistas da época: Zola, Flaubert e o russo Turgueniev.

Entre 1875 e 1885, produziu a maior parte de seus romances e contos. Escreveu pelo menos 300 histórias curtas, das quais algumas tornaram-se universalmente conhecidas, como Bola de sebo, O colar, Uma aventura parisiense, Mademoiselle Fifi, Miss Harriett, entre outras. De forma muito rápida, conquistou o coração do público francês e o de outros países. Talvez tenha sido, nos últimos anos do século XIX, o escritor mais lido no mundo.

A riqueza e a fama bateram à sua porta, e ele teve uma profusão de casos amorosos. No entanto, a partir de 1884 a sífilis manifestou-se em seu organismo, ocasionando-lhe uma doença nervosa feita de angústias inexplicáveis, de estremecimentos e de alucinações. Algumas dessas sensações estranhas e opressivas foram registradas em contos tão célebres quanto assustadores, como O Horla e É ele. Em 1882, após terríveis sofrimentos, tentou o suicídio. Hospitalizado, veio a morrer no ano seguinte, em estado de semidemência, com apenas 43 anos de idade.

O primeiro aspecto que chama atenção na obra de Maupassant é a sua variedade temática. Poucos escritores conseguem dar esta impressão de registro de totalidade da existência, de criação de um universo fecundo, múltiplo e quase inesgotável. Escreve sobre Paris, então capital do Ocidente, enfocando várias classes: burgueses, operários, prostitutas, boêmios, intelectuais, funcionários. Escreve também sobre a vida rural, fixando a avareza, a selvageria e a capacidade de resistência dos camponeses. Algumas de suas obras-primas referem-se à Guerra Franco-Prussiana, de 1870. No fim da vida, atormentado por pesadelos, cria histórias cheias de personagens paranóicas.

contos para todos os gostos: dos cômicos aos dramáticos, dos pitorescos aos trágicos. Alguns mostram a dor da passagem do tempo; outros, a alegria do presente. Há os que celebram o amor ideal e há os que cantam a brevidade do amor erótico. Muitos registram o cotidiano, alguns enveredam pelo caminho da assombração. Como um pintor impressionista, Maupassant pinta as luzes de Paris: as que reverberam no Sena, as que cintilam nos parques e as que brilham à noite nos boulevards. Luzes que envolvem as personagens nos dramas essenciais da condição humana: a paixão, o prazer, a solidão, o tédio, a morte. É o cronista da vida européia do fim dos Oitocentos, mas também um escritor de dimensão universal.

Quanto à estrutura do gênero, Maupassant fundamenta e dá prestígio a um tipo de narrativa breve, hoje chamada de conto tradicional ou conto anedótico. Caracteriza-se por uma reviravolta surpreendente, quase sempre no desfecho da história. Ou seja, o final do relato deve apresentar algo de inesperado e de impactante ao leitor. Para que esse efeito de surpresa se realize, o contista francês confere a seus textos um teor objetivo mediante a máxima economia de detalhes, da linguagem seca e direta e do diálogo coloquial. Além disso, entre suas virtudes principais situa-se a capacidade de, em poucos traços, definir caracteres e revelar a classe social dos protagonistas.

Há quem julgue Maupassant um artista de superfície, por tentar reproduzir apenas a realidade exterior, sem maior aprofundamento psicológico. Alguns de seus contos, de fato, são crônicas de época; outros, meras anedotas. Contudo, como observou um crítico, “o escritor é profundo na aparente superficialidade porque reconhece o vazio da vida de suas personagens, que buscam o prazer, mas que encontram apenas a destruição fatal”.

Fonte: Educa Terra

O livro Bel Ami, escrito pelo autor em 1885, será adaptado para o cinema e conta com um elenco de várias estrelas de Hollywood, como Christina Ricci, Cate Blanchett, Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Robert Pattinson. A estréia está prevista para o final de 2011.

Alguns livros do autor que a Biblioteca José de Alencar possui em seu acervo:

  • Bola de sebo e outros contos
  • Dois contos: o cordão, Meu tio Júlio
  • Uma vida
  • Dois irmãos
  • O Horla e outros contos fantásticos: o universo da inquietação
  • A inconstante
  • Bel-ami
  • Três novelas de Maupassant
  • Uma vida
  • Contos de alcova
  • Pedro e João
  • As irmãs Rondoli e Contos do dia e da noite
  • A vestal da senhora Husson e A inútil beleza
  • As irmãs Rondoli e Contos do dia e da noite
  • Forte como a morte
  • Pedro e João
  • Nosso coração
  • Contos da galinhola e Miss Harriet

Para mais informações, consulte a Base Minerva.

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  1. Talita e o Cetro de Gárlia

    Autor: Orácio Felipe
    Sinopse:
    Uma menina, uma profecia, um reino. Segura em um lar adotivo uma princesa prepara-se para retornar ao seu reino mágico e liberta-lo das forças malignas. Uma longa preparação e um intenso amor pela liberdade de seu povo movem a princesa Talita. Mas o mal tem muitas faces e pretende governar o reino de Gárlia por toda a eternidade. O preço: Eliminar a princesa, a semente da libertação. Luz e trevas em combate. Amizade, fidelidade e honra. Talita e o cetro de Gárlia, um conto de aventura num reino distante.

    http://www.clubedosautores.com.br/backstage/my_books/45223

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