Por Ingrid Souza
“Cartas de Amor aos Mortos”, escrito por Ava Dellaira, é uma história terna e sincera que nos leva a uma jornada emocionante, cheia de autodescoberta e cura. A trama se desenrola por meio de cartas escritas pela personagem principal, Laurel, a figuras icônicas do passado, como Kurt Cobain e Janis Joplin. Por meio dessas cartas, Laurel compartilha suas experiências, lutas e emoções para criar uma conexão profunda com seus leitores. A escrita hábil de Dellaira nos leva ao mundo interior de Laurel, permitindo-nos sentir sua dor e sofrimento enquanto ela precisa lidar com a perda de sua irmã, May.
A autora usa uma linguagem simples e sincera para transmitir as complexas emoções humanas de forma tocante e realista. A história aborda com sensibilidade temas como amizade, família, amor, perdão e autoaceitação. Enquanto Laurel explora suas próprias memórias e emoções, juntamente com os seus pensamentos, acaba levando o leitor a refletir sobre sua jornada pessoal.
A narrativa gradualmente revela os segredos da vida de May e como esses segredos afetam profundamente a vida de Laurel. Ava Dellaira explica a importância de se comunicar, expressar emoções e buscar o autoconhecimento. Através da carta, Laurel encontra forças para enfrentar sua dor e superar seus medos e inseguranças.
A trama é habilmente construída, transitando entre o presente e o passado, criando um enredo intrigante que prende a atenção do leitor até a última página. Os autores de “Cartas de Amor aos Mortos” nos lembram que, embora a jornada de cura nem sempre seja linear, a beleza e o crescimento podem ser encontrados mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Em palavras simples, delicadas e bonitas, Ava Dellaira conta uma história que celebra a resiliência do espírito humano e sua capacidade de transformar a dor em um caminho de autodescoberta, renovação e força.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)