Por Maria Clara Pimentel
Bom, Paloma Vidal não é em si uma escritora brasileira, ela nasceu na Argentina, mas veio para o Brasil aos 2 anos de idade e toda a sua formação acadêmica foi nesta nossa terra onde ela vive até hoje, por isso vou trazê-la aos autores nacionais.
O livro “Pré-História” traz a dicotomia personagem-autor (talvez com um tom machadiano) em que vemos autor e personagem se confundirem diversas vezes, vivendo em uma realidade distópica que se passa nos dias atuais. Outra referência literária me vem à cabeça quando olho para a narrativa da Paloma Vidal: “A Paixão Segundo G.H.” da brilhante Clarice Lispector, a partir do momento em que a personagem procura em si mesma, nas suas histórias de vida e no seu passado, quando tudo começou a dar errado.
Um livro curto, catártico, que faz o leitor questionar suas próprias ambições e bom-senso, trazendo um olhar para si e para o mundo. A narrativa é uma obra-prima feita com a delicadeza dos nossos próprios pensamentos em uma espécie de “achado arqueológico”. 5 Estrelas.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)