Livro “Príncipe Cruel”, Holly Black

Por Eduardo Peres

Príncipe Cruel é o primeiro livro da trilogia “Povo do Ar”, lançado em 2018. A autora Holly Black propõe-nos levar a conhecer a corte do Reino das Fadas de Elfhame.

Acompanhamos a história das irmãs Duarte. Jude Duarte narra a história de como ela, sua gêmea, Taryn, e sua irmã mais velha, Vivi, foram sequestradas quando crianças pelo assassino de seus pais, Madoc. Desde então, Madoc, o general de guerra de Elfhame, as adotou para dentro da nobreza Férica e elas passaram a se ver como pai e ainda ganharam um irmão novo chamado Oak.

Jude está em seu último ano na escola Férica e sofre com as tormentas do príncipe Cardan e sua trupe. Perturbações essas que escalam em uso da força. Desde jogar terra em seu lanche, tentativas de afogá-la e enfeitiçá-la com comida férica. No meio deste turbilhão, Jude decide que não irá abaixar a cabeça para estas fadas. Irá provar sua capacidade e se tornará uma cavaleira do Reino, independente do que Madoc ache.

No dia do teste dos cavaleiros, Jude se destaca e atrai a atenção de um dos príncipes da corte, o herdeiro favorito do Rei. Ele propõe que ela se torne uma espiã, o que ela aceita. Ao espionar, a mesma descobre alguns podres do passado de Cardan.

Enquanto isso, a corte preocupa-se em preparar a festa onde o Rei irá renunciar seu cargo e passar a coroa adiante. Entretanto, um evento sangrento ocorre neste festival e Jude é obrigada a lidar com as consequências do mesmo e manter sua família a salvo, até mesmo deles.

A fantasia política é surpreendentemente cativante e real. Holly Black introduz esse mundo mágico sem realizar uma enciclopédia de seus seres, pois, até porque, para Jude, o convívio entre esses seres mágicos não é nada mais que seu dia a dia. Sendo ainda mais sobrenatural para ela seu tempo no mundo humano. As relações familiares desenvolvidas são complexas e permeadas de traição, apego e, estranhamente, proteção, sendo uma ótima leitura para quem quer pisar levemente nas terras do folclore celta, até porque a autora é uma folclorista formada. 

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ) 

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