“Mudança Global”, Peter Dicken

Por Vitória Santos

Em seu texto, o autor Peter Dicken apresenta uma discussão sobre o processo de produção como um circuito, porém, para fundamentar essa ideia, Dicken procura analisar o conceito de globalização. Assim, para embasar seus pensamentos, o autor aponta uma importante crítica ao mau uso da palavra globalização pela grande parte da população. Tal situação faz o autor analisar esse interesse pela “globalização” como um sentimento de que algo importante pode estar acontecendo no mundo. 

Para Dicken, esses sentimentos de incerteza movidos por determinados eventos em países industrializados podem desfavorecer as perspectivas de emprego. O autor justifica essa ideia com base nos atuais interesses em terceirização e internacionalização de empregos em alguns setores de serviços. O autor aponta como principais motivos dessa situação a falta de desenvolvimento que gera a disparidade entre ricos e pobres. O autor reconhece certamente que esses problemas não devem ser explicados apenas pelo mecanismo individual “globalização”.

O autor aponta sobre o termo “globalização” e utiliza a forma genérica que o termo tomou para explicar as ocorrências boas e ruins nas sociedades modernas, como forma de comprovar as discussões geradas em torno dele. Com base nessa ideia, podemos perceber de forma sucinta que o foco principal do autor nesse momento é a economia global. Para explicar seu descontentamento com a atual forma utilizada do conceito de “globalização”, o autor aponta que existem outras formas de “globalização” política, cultural e social. Assim, Dicken mostra de maneira clara o que devemos atribuir à “globalização”.

Nesse viés, podemos concordar com o autor através dessa ideia de tentar expandir o conceito de “globalização” e compreender que a economia não deve ser considerada uma entidade isolada, em consenso com o que defende o autor, a economia e a globalização não estão somente ligadas aos meios sociais, políticos e culturais. 

Como forma de exemplificar de maneira clara todos esses pensamentos, Dicken aborda o enraizamento da globalização no mundo hoje como uma profunda integração, organizada entre redes de produção transacionais, e assim, podemos concordar com o autor que tudo isso se dá por meio de uma diversidade de mecanismos cada vez mais padrão. 

Para Dickens, a solução dessa questão seria vislumbrar os processos econômicos por meio de conexões de atividades. Assim, o autor decide mapear o que seriam os resultados da globalização. Podemos concordar com o autor quando ele aponta que a globalização é uma síndrome complexa de processos, onde os atores e as macroestruturas se interconectam, porém de modo complicado e dinâmico. Para afirmar essa ideia, o autor usa os ‘bons’ ou ‘maus’ resultados do processo de produção, distribuição e consumo como forma de apontar suas consequências no desemprego, na poluição ambiental e pobreza. 

Assim, compreendemos que o autor, para explicar sua posição sobre a mudança global, utilizou os mecanismos para pensar em termos de circuitos de produção, isto é, concordemos que entender os circuitos de produção na visão de Dicken como sistemas de fluxos e equilíbrios nos auxilia a perceber a dependência da produção em relação ao meio ambiente e seus mecanismos oferecidos.  

Referências Bibliográficas:

DICKEN Peter (2010). Mudança Global. Mapeando as novas fronteiras da economia mundial. São Paulo: Bookman, 5a. Edição (Cap 1. Questionando a Globalização)

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ) 

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