Por Marcelo Andrade
“O Ceifador” é um romance distópico escrito por Neal Shusterman e publicado em 2016. Ambientado em um futuro distópico, a obra explora um cenário no qual a humanidade conquistou a imortalidade, eliminando doenças, ferimentos e até mesmo a morte natural. No entanto, o controle populacional é mantido pelos Ceifadores, indivíduos designados para “matar” as pessoas de forma permanente e controlar o crescimento populacional.
O enredo oferece uma narrativa repleta de reflexões sobre o destino da humanidade e o verdadeiro significado da vida. Em meio a essa distopia, as pessoas não morrem mais por causas naturais, sendo a morte exclusivamente provocada pelos Ceifadores. A sociedade é governada pela Nimbo-Cúmulo, que, embora tenha alcançado a perfeição em diversos aspectos, não interfere na Ceifa.
A trama acompanha os protagonistas Rowan Damisch e Citra Terranova, que se tornam aprendizes de ceifadores. A centralidade da história reside na prática da ceifa como método de equilíbrio populacional. Com a ausência de mortes naturais, o nível populacional tende a aumentar, e os ceifadores assumem a responsabilidade de selecionar pessoas sem preconceitos ou preferências para a colheita, ou seja, a morte.
Os aprendizes Citra e Rowan são inseridos em um mundo onde precisam compreender a chamada “era da mortalidade”, abrangendo temas como artes, religião, biologia e história, além de receberem treinamento em lutas, uso de armas e venenos. Conforme a trama se desenrola, eles se veem envolvidos em conspirações e traições dentro da ordem dos Ceifadores, lutando para preservar sua humanidade em um mundo onde a morte é controlada por poucos.
“O Ceifador” aborda questões profundas como moralidade, poder, controle e a natureza da própria morte, levando os leitores a questionar as implicações de uma sociedade que alcançou a imortalidade, porém, ao mesmo tempo, perdeu sua humanidade.
A narrativa envolvente do livro mantém o leitor cativado do início ao fim, surpreendendo com reviravoltas e desdobramentos imprevisíveis. “O Ceifador” se destaca como uma distopia envolvente e tornou-se uma das minhas obras favoritas no gênero.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)