Por Sarha Stephani
Orgulho e Preconceito e Zumbis é uma paródia de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, escrito por Seth Grahame-Smith. O livro aborda uma perspectiva diferente para a época, pois, diferentemente do romance escrito por Austen, Seth faz com que suas personagens, Elizabeth Bennet e suas irmãs, sejam vistas como guerreiras; heroínas de sua história, não mais as mocinhas a serem salvas por cavaleiros montados em seus respectivos cavalos.
No livro, as cinco irmãs Bennet precisam lidar com a presença de zumbis atacando, corriqueiramente, seu condado e a pressão constante de sua mãe para que se casem, o quanto antes, com o senhor que tiver maiores dotes a lhes oferecer. Em alguns momentos, pode-se dizer que a ameaça dos zumbis é favorável e nada incômoda em relação à insistência de sua mãe a um casório nada desejado por suas filhas (com exceção de Jane).
Entretanto, não basta apenas criticá-la sem levar em consideração o cenário em que o livro se passa. Retratado na Inglaterra do século XIX, é importante se ater ao fato de que as mulheres eram criadas para se casar e gerar filhos, dando continuidade ao sobrenome de seus maridos. A Sra. Bennet apenas reproduzia o que certamente lhe acontecera e era implantado na sociedade da época retratada.
Quando o coronel James Darcy e seu próspero amigo Bingley aparecem pela primeira vez em um baile no condado, do qual as meninas também desfrutavam, seus caminhos se cruzam e dali surgem novas relações, umas boas e outras nem tanto. Lizzie sente seu orgulho ferido por Darcy ao ouvi-lo anunciar certo comentário a seu respeito. E, assim, a história se desenrola, dando continuidade às interrelações entre os personagens e aos ataques constantes dos zumbis, dos quais as irmãs guerreiras estão sempre se prontificando a conter.
O livro segue o mesmo enredo que o original e lhe são adicionados alguns momentos de luta entre pessoas e zumbis em cima do título original, o que não chega de fato a impressionar ou surpreender o leitor, mas que podem ser interessantes para os amantes de comédia e zumbis. Porém, cabe aqui dizer para não se esperar nada de muito novo além da ameaça constante dos mortos-vivos.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)