Por Ingrid Souza
“Os Dois Morrem no Final” é uma obra carregada de emoção do autor Adam Silvera. Neste livro, Silvera nos leva a uma intensa jornada emocional, explorando temas como amor, amizade e a inevitabilidade da morte. A história gira em torno de dois jovens, Mateo e Rufus, que recebem uma ligação do Death-Cast, um serviço que prevê a morte de pessoas com 2 horas de antecedência. Diante dessa eventualidade, os protagonistas do livro vivem seus últimos dias e, em um mundo onde você é declarado quase morto, eles se conheceram e formaram um vínculo profundo e forte.
A habilidade de Silvera em criar personagens complexos é extraordinária. O tímido e jovem Mateo e o mais ousado e impulsivo Rufus complementam-se de forma encantadora. Ao longo do tempo, suas interações exploram a vulnerabilidade humana diante do desconhecido, fazendo os leitores refletirem sobre a vida e suas prioridades. O cenário futurista, onde a profecia da morte se torna realidade, dá à história uma atmosfera única. A proximidade da morte torna as decisões dos personagens mais impactantes e os momentos mais intensos.
Silvera usa esse cenário para explorar a importância dos relacionamentos e como o tempo limitado afeta nossas escolhas. A trama é bem construída, alternando entre os pontos de vista de Matteo e Rufus. Essa estrutura permite que os leitores mergulhem nas complexidades emocionais de cada personagem e façam uma conexão profunda com suas próprias jornadas pessoais. Com o tempo, as decisões que tomam e as pessoas que conhecem deixam uma marca duradoura, fazendo com que os leitores questionem suas vidas e relacionamentos. A escrita é carregada de poesias e sentimentos, levando os leitores a sentir um turbilhão de emoções. Sua abordagem da dor, da esperança e da inevitabilidade da morte é tocante e, às vezes, angustiante.
Esta história desafia os leitores a pensar sobre o que realmente importa em suas vidas e como eles escolheriam vivê-la se tivessem apenas um dia restante. Em resumo, “Os Dois Morrem no Final” é uma leitura profundamente comovente que explora a fragilidade da vida humana e a beleza das relações interpessoais. Adam Silvera reflete abertamente sobre o que significa viver e amar em face da destruição iminente. Esta obra deixa uma impressão forte e marcante para aqueles que procuram histórias de reflexão sobre a condição humana.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)