Por Lorenna Bicalho

Neste texto, o autor se propõe a discutir a relação entre juventude e escola, questionando o papel da escola na socialização da juventude contemporânea, e destaca o caso de jovens estudantes de escolas públicas, geralmente das classes mais pobres, morando na periferia dos grandes centros urbanos. Comentou brevemente o processo de democratização escolar, a migração das classes altas para as escolas privadas e a incapacidade crônica das estruturas escolares para lidar com essa situação. Sublinhou que para professores e escolas, o problema é a própria juventude, enquanto para os jovens o problema é o tédio das escolas como “obrigação necessária”. Para o autor, a escola acaba sendo parte do problema que busca resolver. Separei um trecho do texto que fala um pouco da dificuldade que o jovem enfrenta em continuar os estudos, caso não passe no vestibular. Não atingir nota suficiente no vestibular para iniciar a faculdade é a realidade de muitos jovens, e quando não conseguem esses estudantes precisam procurar outras maneiras de continuar estudando, procurando trabalho para custear os estudos. Escolhi esse trecho por isso. “ Inicialmente, é importante situar o lugar social desses jovens, o que vai determinar, em parte, os limites e as possibilidades com os quais constroem uma determinada condição juvenil. Podemos constatar que a vivência da juventude nas camadas populares é dura e difícil: os jovens enfrentam desafios consideráveis. Ao lado da sua condição como jovens, alia-se a da pobreza, numa dupla condição que interfere diretamente na trajetória de vida e nas possibilidades e sentidos que assumem a vivência juvenil. Um grande desafio cotidiano é a garantia da própria sobrevivência, numa tensão constante entre a busca de gratificação imediata e um possível projeto de futuro.”

Referências Bibliográficas

https://www.scielo.br/j/es/a/RTJFy53z5LHTJjFSzq5rCPH/?format=pdf&lang=pt